Pr. Reinaldo Siqueira esclarece o voto acerca da ordenação

Nesta quarta-feira, 8 de julho, a assembleia mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia, reunida em San Antonio, Texas (EUA), tomou um voto sobre esta questão: “É aceitável que a comissão executiva de cada divisão, caso considere apropriado em seu território, implemente os dispositivos necessários para a ordenação das mulheres ao ministério? Sim ou não?”. Dos 2.363 delegados presentes, 977 (41,3%) votaram “sim” e 1.381 (58,4%) votaram “não”, além de cinco abstenções.

No programa “Revista Novo Tempo”, exibido pela TV Novo Tempo nos dias 10 e 11 de julho, o pastor Reinaldo W. Siqueira, reitor do Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia, fez um importante esclarecimento sobre o significado desse voto:

“Uma das decisões mais importantes [feitas nesta assembleia da Associação Geral] foi a pergunta levada aos delegados, que ocupou toda a reunião de quarta-feira: se a igreja autorizava as divisões a decidirem a questão da ordenação de mulheres ao ministério. Isso está muito confuso na cabeça do pessoal, e muitos pensam que significa que a igreja não autorizou a ordenação. Não é isso; ela não autorizou que cada divisão decida individualmente o que vai fazer. A questão ainda continua sendo estudada pela igreja, mas a decisão deverá ser a nível mundial, como um corpo só, e não individualizada pelas divisões. Com o resultado da votação, o objetivo é manter a unidade da igreja nesse processo de decisões. Assim, estamos praticamente na mesma situação em que estávamos antes, com as decisões anteriores feitas pela Associação Geral, e o estudo e o diálogo seguindo a nível mundial, mas unido num só corpo, sem separar entre as divisões.”

Um comentário:



  1. Resposta à votação da ordenação de mulheres
    Natália Rodrigues 10:11
    Para: Bruno Campos

    Puxa, então, nem sequer foi votada a ordenação em si. Foi votada autonomia de cada divisão para decidir se ordena ou não.
    De fato, eu também votaria que não. Somos um só corpo e esta deve ser uma decisão conjunta, mundial, una.
    Mas, isto me faz pensar que então estamos mais distantes do que deveríamos, porque a questão a ser votada deveria ser a ordenação feminina em âmbito mundial como um passo significativo de avanço do evangelho.
    Sei que a mulher já ocupa posições de liderança. Pode-se dizer que a Igreja não é tão conservadora quanto a isso se pensarmos na Ella Simmons como vice-presidente. Mas, não é esta a questão. Nós SOMOS minoria na liderança apesar de sermos MAIORIA de gênero na Igreja, digo em quantidade. Estou falando não de liderança agregada aqui ou acolá, entrando para suprir a falta de homens. Estou falando de liderança onde os homens na Igreja são expressivos e monopolizam estas posições. Tem a ver, inclusive, com empregabilidade e acesso das mulheres a posições tradicionalmente ocupadas pelos homens. Sei que isto também tem a ver não somente com a Igreja, mas em como o mundo e as sociedades estão construídas, que isso é milenar, que várias culturas estão organizadas de maneira patriarcal e que isso é herança histórica. O que me irrita é ficar usando a Bíblia de maneira anacrônica para justificar posições que não cabem mais diante das mudanças no tempo, inclusive porque a luz é progressiva.
    NADA na Bíblia desabona a mulher. Os principais representantes ou delegados votantes eram homens. Sei que se tivesse mais mulheres não significa que o jogo inverteria porque existem várias que não tiveram a emancipação da consciência e contribuem para atual conservação das coisas. Mas, sei também que hoje a Igreja está organizada por homens e para homens, apesar das mulheres serem maioria quantitativa. Sei que quando nem se coloca a opção para voto de ordenação universal, como princípio, isso é um reflexo de espaços que os homens não querem ceder. Porque, não se iluda, ninguém cede seus privilégios e, com os homens não é diferente. Espaços são conquistados, não são dados. Isso é histórico, tanto para esfera da religião, dos direitos civis, da arte etc.
    Nossa Igreja está sim atrasada em relação a isso e em várias outras coisas. Mas, o fato de isso ter sido votado com tanto alarme e também pela busca constante de nos "fixarmos" no que realmente importa que é a pregação do evangelho (como se esta pauta tivesse descolada disso), as evocações para mantermos o foco, como tenho lido nas matérias a respeito, demonstram que esse monopólio masculino já vem sendo questionado e que uma hora vai ruir.

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