O Dr. George Knight, professor emérito de
História da Igreja na Universidade Andrews (EUA), é
um destacado historiador, autor e educador adventista. Ele é considerado o
autor adventista mais vendido nos últimos 30 anos e é uma das vozes mais
influentes da denominação. Este é o resumo de uma pregação feita recentemente
por ele:
1. A ordenação não é um conceito bíblico (é
um conceito católico pós-bíblico).
2. A imposição de mãos é um conceito bíblico,
mas as pessoas que a receberam “já haviam recebido sua comissão do próprio
Deus, e a cerimônia da imposição das mãos não acrescent[ava] nova graça ou
especial qualificação”. Era simplesmente um reconhecimento humano de que Deus
tinha chamado a pessoa (Ellen G. White, Atos
dos Apóstolos, p. 161).
3. Depois dos tempos bíblicos, a Igreja
Católica começou a associar a imposição de mãos com a “ordenação”. Mas eles compreendiam
a ordenação de forma muito diferente de nós.
4. A visão protestante é que a “ordenação” é meramente
um reconhecimento simbólico externo do chamado (comissionamento) que Deus faz a
uma pessoa.
5. A visão católica romana é que a
“ordenação” confere poder miraculoso sobre um sacerdote para transubstanciar (transformar)
o pão e o vinho no corpo e sangue de Cristo e para perdoar pecados.
6. O trabalho de um pastor consiste em pregar
a Palavra de Deus e amar o Seu povo (2Tm 4:1, 5).
7. Quem decide quem pode ser um pastor? Cristo
concede dons espirituais, inclusive o dom de pastorear (e esses dons não
possuem distinção de gênero) (Ef 4:8, 11-13). A Bíblia apresenta vários
exemplos de profetisas e pregadoras do sexo feminino.
8. Somente o Espírito Santo decide como
distribuir os dons espirituais (1Co 12:4, 7, 11, 28).
9. A imposição de mãos apenas reconhece
publicamente o que o Espírito Santo já havia feito (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 161).
10. O voto na assembleia da Associação Geral
de 2015 não decidirá se mulheres poderão ser ministras (pastoras). A Associação
Geral já aprovou mulheres ao ministério em 1990, e a Bíblia possui vários
exemplos de mulheres atuando no ministério. [Também não decidirá se mulheres
poderão ser ordenadas, porque anciãs e diaconisas já o são.]
11. As mulheres sofriam discriminação na cultura
dos tempos bíblicos. Elas eram tratadas como propriedade. Os que argumentam que
não havia sacerdotes do sexo feminino também devem considerar que não havia
sacerdotes de outras etnias. Mas Jesus criou um novo sistema no qual não há nem
judeu nem grego, nem homem nem mulher – onde todos os crentes são um em Cristo
(Gl 3:28). [Existem respostas e argumentos bem mais sólidos sobre essa questão;
veja outros materiais neste site.]
12. Em 1 Timóteo 3:2, Paulo afirma que o
bispo (ou pastor) deve ser “marido de uma só mulher”. Essa é uma orientação
contra a fornicação e a poligamia, não uma indicação de que apenas homens podem
ser ministros. Jesus e Paulo não eram casados. [A discussão sobre essa passagem
se deve ao fato de que as traduções em inglês costumam dizer “marido de uma mulher”.]
13. A ordenação de mulheres é um ‘problema’
apenas se você defende uma compreensão católica da ordenação como acréscimo de poder
espiritual. Mas, para nós, a ordenação é meramente um reconhecimento do que já ocorreu
no Céu, onde Deus chamou a pessoa. Os que se opõem à ordenação de mulheres estão
simplesmente confusos sobre a definição bíblica de ‘ordenação’ (ou imposição de
mãos).
14. A Associação Geral já aprovou a atuação
de mulheres no ministério há 25 anos. Ministros (pastores) homens e mulheres já
recebem a imposição de mãos. A única diferença é que os homens são chamados de
“ordenados” e as mulheres são chamadas de “comissionadas”. É apenas um jogo de
palavras, porque ministros homens e mulheres desenvolvem exatamente o mesmo
trabalho, e os dois termos significam a mesma coisa.
15. Deus é quem ordena uma pessoa ao
ministério. A ‘ordenação’ humana não muda coisa alguma; simplesmente dá
reconhecimento público e um certificado impresso.
16. Sendo que ordenação e comissionamento são
a mesma coisa, e nossos pastores homens e mulheres já realizam o mesmo
trabalho, não há razão para diferenciar entre os termos “ordenado” e
“comissionada” em seus certificados.
17. É especialmente surpreendente que os
adventistas estejam debatendo esse assunto, já que o ministro mais influente da
história adventista era uma mulher. [A partir de 1884, Ellen White foi listada
como “ministra ordenada” no anuário da Associação Geral – embora nunca tenha
sido ordenada por mãos humanas, mas por Deus.]
Equilibrado e esclarecedor! Very good
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